segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Já montou um quebra cabeças?

500 peças
Começa empolgada
Olhando atentamente a figura, o desenho
Começando pelas beiradas
Combinando as cores e as formas
Foi separando as peças mais fáceis
Foi construindo com o maior cuidado

Aí foi chegando perto do meio
E começa a dificuldade
Tudo parece igual
As peças começam a não se encaixar
Tenta uma peça, duas, três
Começa tudo a ficar confuso
E você encosta aquela coisa, com desdenho.

Mas vê que não consegue deixar aquela coisa mal acabada por muito tempo
Tem que retomar, tem que terminar
Consegue evoluir
Acha 5, 6, 7 encaixes novos.
Se empolga denovo.
Mas depois de meia-hora volta a estaca zero.

Tenta forçar uma peça no lugar errado.
Falta uma ponta aqui, outra acolá.
Uma curvinha filha da puta que não se encaixa
E tudo o que você quer fazer é pegar uma tesoura
e cortar qualquer parte sobrando.
Ou jogar tudo pro alto.

As beiradas são sempre fáceis.
O meio é sempre o mais difícil.

Você quer ver aquele quebra-cabeças todo resolvido, todo montado.
Mas também não quer quebrar a cabeça.
Não quer pensar tanto pra resolver.
Algumas partes não se encaixam.
Você tira e põe peças centenas de vezes.
Pensa e não tenta resolver todos os encaixes.
Quer, mas não consegue.
E quase nunca acaba terminando o que começou.

Pois bem,
descobri que o coração também tem essas peculiaridades...

[Ouvindo: Os Paralamas do Sucesso - Quase um Segundo]
"Será que você ainda pensa? Às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais..."