segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Um simples telefonema?

Eu não sei se deveria ter ligado.
Na verdade nunca sei como agir.
Quando bate forte o coração e eu perco o ar, penso "foda-se"...
Fujo do momento racional e faço.

Disco o numero, apago o número... Tento fingir que nao o lembro...
Eu sei de cor... eu ainda sei de cor... eu já sei de cor...
Torço para que não atenda.
Assim é mais fácil ter uma desculpa para não falar.
Não sentir, não querer.

Mas eu sei que em 3 segundos você atenderá,
E eu preciso de um assunto! E tem que ser rápido.
Que podem ser tão variados:
Sobre política, ecnonomia, moda, culinária, atualidades...
Mas prefiro ser mais simples.
Quem sabe um "oi, tudo bem?" já basta.

Eu sei que você atenderá.
E eu sei que você irá me recepcionar tão bem.
Sentirei o seu sorriso do outro lado da linha.
Tão perfeito e tão aconchegante como meu peito no seu ombro.
Esquecendo qualquer problema, lamentação, ausência...

Poderíamos falar horas a fio.
E você escutaria com atenção os meus palavrões se estivesse brava,
Minhas lamentações se eu tivesse triste,
Minhas risadas se eu estivesse levemente embreagada,
E também minhas gracinhas se estive manhosa,
Com o mesmo apego, o mesmo carinho, o mesmo olhar, o mesmo sentimento.

Tudo passaria despercebido se não fosse eu me lembrar quando o vi pela primeira vez.
E como foi uma coisa sem importância, até você tocar minha vida pela primeira vez.
Lembrei do apelido carinhoso.
E a voz já não soube por onde saia.
As palavras temem em sair por alguns segundos.
Não saem.

Você irá me atender.
E eu precisarei te ver.
Só queria saber definir tão bem uma única palavra que teme em vir a minha mente: SAUDADE!
Mas penso: "vou te encontrar e tudo vai passar"
Pelo menos naquele instante.

[Ouvindo: Foo Fighters - Everlong]
"Hello, I've waited here for you... Everlong.
Tonight, I throw myself into, and out of the red, out of her head she sang."